O que é Metaverso e oportunidades para as cidades
O Metaverso já é uma realidade e ela substituirá a internet da forma como conhecemos. O conceito une uma simulação da vida real com a virtual, como um mundo paralelo onde pessoas são representadas por avatares e poderão então realizar compras, interagir socialmente, participar de reuniões e trabalhar – tudo sem sair de casa.
A tecnologia, que permitirá a união do real e do virtual, trará inúmeras possibilidades para o dia a dia das pessoas e das cidades inteligentes.
Através do uso de óculos de realidade aumentada, será possível acessar réplicas de ambientes, permitindo que não somente esse usuário consiga visualizar o local como também estar dentro dele, em uma experiência completamente imersiva.
O que é esse tal de Metaverso?
Primeiramente é importante mencionar que o conceito de Metaverso não surgiu ontem.
O termo apareceu pela primeira vez na década de 1980, no livro Snow Crash. Ele posteriormente serviu como base para diversos jogos, sendo o mais famoso deles o Second Life, que permite a criação de vidas paralelas dentro do universo digital.
Até os anos 2000 essa ideia de Metaverso parecia tecnológica demais, beirando a utopia.
Porém, desde o anúncio da Meta sobre se tornar uma empresa Metaverso, o tema então se tornou alvo de diversos debates. Teria o Metaverso como melhorar a vida das pessoas?
No evento MundoGEO Connect 2022, que foi realizado em maio em São Paulo, surgiu a pauta dos gêmeos digitais nas cidades.
Conceito ainda pouco conhecido, os gêmeos digitais surgem no Metaverso como alternativa na resolução de problemas das cidades inteligentes.
Eles nada mais são do que representações digitais de uma cidade real, com detalhes como o tráfego nas ruas, os semáforos, as casas, os habitantes, as empresas, os hospitais, as escolas, os sistema de água, os postes de iluminação e tudo mais presente em um ambiente urbano.
Logo, podemos dizer que os gêmeos digitais são as representações virtuais de objetos físicos, incluindo não só a questão visual do objeto representado, mas também o seu funcionamento.
Muitas cidades brasileiras já possuem pelo menos embriões dos gêmeos digitais, ainda que incompletos, que possuem o objetivo de simular possíveis desafios e de forma antecipada se preparar para eles.
Um bom exemplo desse funcionamento é o GIS (Sistema de Informação Geográfica). Ele conta com sensores que conectam a cidade real ao gêmeo digital. Ou seja, permite que o gêmeo digital saiba se está chovendo. A depender da intensidade da chuva, pode simular uma inundação, prevenindo possíveis prejuízos.
Em uma cidade inteligente, o gêmeo digital pode auxiliar no ato de apagar um incêndio, simulando o desvio de tráfego para facilitar o acesso dos bombeiros, o desligamento de energia evitando que o fogo se espalhe e também o reforço do bombeamento de água para a região.
O recurso de permitir a telepresença a partir de avatares por si só já tem representado um ponto importante do debate sobre Metaverso, visto que, já causa um grande impacto sobre a mobilidade nas cidades.
Na réplica da cidade real, as placas e postes com nomes das ruas e mesmo a numeração predial poderiam ser transferidas do mundo real para o mundo virtual e a necessidade de sinalizar o nome de uma rua em um cruzamento desapareceria.
No mundo real o processo de nomear as ruas por placas envolve alvenaria, tinta, metal e concreto e interfere na mobilidade.
Já na versão digital da cidade consumiria muito menos recursos e poderia ser visualizada pelos recursos de realidade aumentada dos celulares.
Gêmeos digitais e as cidades inteligentes
Da mesma forma, o Metaverso nas cidades também representa menos poluição visual e menos custo.
Com o conceito de gêmeos digitais aplicados nas cidades:
- Os dados poderiam ser atualizados somente na versão virtual da cidade, reduzindo custos;
- Estria a disposição do usuário a configuração que melhor atendesse aos seus objetivos, como aumentar placas com nomes de ruas, localizar imóveis com numeração predial desejada;
- Mudar a fachada de lojas não envolveria gastos com painéis e pinturas;
- Seria possível identificar possíveis áreas afetadas por alagamentos;
- Seria possível determinar as condições nas quais ocorrerá um deslizamento e quantas pessoas estariam em risco.
Os gêmeos digitais utilizam sensores para obter dados da cidade real: pluviômetros, fluviômetros, sismógrafos, sensores de temperatura, de luz, de poluição, de som, de raios, de tráfego e de localização de um ônibus.
As informações coletadas pelos gêmeos digitais podem ser utilizadas pelo gestor público na tomada de medidas preventivas ou antecipadas, reduzindo assim, o impacto do evento negativo detectado.
Finalmente, é fato que existe um potencial gigante do Metaverso e os gêmeos digitais nas cidades inteligentes.
Além das ferramentas que facilitarão a gestão nas cidades inteligentes, o uso da tecnologia do Metaverso deve também estimular as populações a permanecerem em suas cidades de origem sem que sintam a necessidade de migrar para as grandes metrópoles, melhorando assim sua qualidade de vida como um todo.