Os desafios de viver em Oymyakon: a cidade mais gelada do mundo
É muito desafiante e corajoso viver em Oymyakon num local que ostenta o gélido título de ser o lugar habitado mais frio do mundo. São muitas adversidades para sobreviver com temperaturas de -50 graus na cidade, que é a mais fria do mundo. Nessa comunidade, de forma impressionante, o frio congela as lágrimas, a barba, os cílios e tudo que não estiver coberto. Oymyakon é uma pequena localidade de 920 habitantes no leste da Sibéria. A cidade grande mais próxima, Yakutsk, está a 929 quilômetros de distância.
Baixa temperatura atrai visitantes
Embora esteja muito longe de tudo, chegam à cidade entre 300 e 400 turistas por ano, atraídos pelas temperaturas extremas. Os turistas se divertem com corridas de renas, a pesca através do gelo e as águas termais. Em Oymyakon, normalmente no inverno faz -50 ºC. “Quando faz entre -45º e -40º é quase quente. Entre -58º e -64º há geadas extremas”, relata Max, do escritório de turismo. “Quando faz muito frio não se pode praticar esportes na rua, mas bem protegido é possível estar ao ar livre e andar pela floresta, onde costumam ir caçar ou cortar lenha”, enfatizou.
Frio em Oymyakon provoca muitos inconvenientes
O frio é gerador de inconvenientes. Os canos se congelam, assim os serviços estão em pequenas cabanas de madeira ao ar livre, com latrinas cavadas na neve. O meteorologista da TVE Mario Picazo realizou uma reportagem lá e disse que, até o papel higiênico está congelado. Na oficina de turismo dizem que esse é o costume mais surpreendente para os visitantes.
Severidade do frio impacta nos hábitos e na rotina da cidade
Quando o termômetro atinge 60 graus negativos não é possível respirar a não ser cobrindo seu rosto e a -50º é quase impossível correr. Na comunidade, as crianças não têm aula quando o termômetro cai a -54 ºC. A dieta na cidade é essencialmente carnívora, principalmente porque não há planta que cresça no chão gelado e as frutas e legumes são muito caras.
Garagens aquecidas e fogueiras para derreter gelo
Os carros precisam de garagens aquecidas. Os motores não arrancam a -20 °C e -50 °C, e ficam como um bloco de gelo. Nesse período de frio extremo, o chão está tão congelado que não é possível cavar sepulturas. Se alguém morre, primeiro fazem fogueiras, para derreter o gelo, antes de enfiar a pá e a picareta. Os aviões não voam para esta área no inverno, quando são registrados -60 °C.
Situações provocadas pelo frio em Oymyakon
Conforme relato de um morador, seu cachorro lambeu um barril de água e ficou com a língua presa. Essa experiência alertou uma jovem recém-chegada à cidade, que aprendeu a lição número um ao ser mãe: certificar-se de que as crianças não toquem, nem chupem nada metálico para não acontecer à mesma coisa.
Economia de Oymyakon
A cidade possui academia, café, clubes, bibliotecas, museus, lojas, farmácias. Existem também médicos para cuidados primários e pediatria. A economia de Oymyakon é movida em parte da mineração. O lugar recebe dinheiro do Estado, para a extração de ouro e tem minas de antimônio, metal raro. Também existe criação de gado e cavalos, além de pescadores e caçadores de renas e alces.