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Como a inteligência artificial está reduzindo fraudes em licitações municipais

Fraudes em licitações municipais ainda são um dos maiores desafios da administração pública. Elas comprometem os cofres públicos, dificultam o acesso a serviços de qualidade e minam a confiança da população nas instituições. Com o avanço da tecnologia, soluções inovadoras estão surgindo para combater esse problema. A inteligência artificial (IA) tem sido uma aliada poderosa no aumento da transparência e na prevenção de irregularidades nos processos de contratação pública.

As cidades inteligentes têm mostrado como o uso estratégico de dados pode mudar a realidade da gestão pública. Elas adotam ferramentas modernas, como algoritmos e sistemas automatizados, para monitorar os processos licitatórios em tempo real. Isso tem permitido a identificação de padrões suspeitos e a atuação preventiva por parte dos órgãos de controle e das auditorias fiscais municipais.

Ferramentas que detectam fraudes em segundos

Uma das principais aplicações da IA nas licitações é a análise de dados em grande escala. Sistemas como o Alice, desenvolvido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), utilizam IA para cruzar informações de editais, contratos e empresas. Com isso, é possível identificar indícios de fraudes, como conluio entre empresas, preços acima da média de mercado e editais direcionados.

Outra ferramenta de destaque é o SOL, da Controladoria-Geral da União (CGU), que emprega aprendizado de máquina para apontar licitações com alto risco de irregularidades. O sistema emite alertas automáticos, que ajudam os auditores fiscais a focar nas situações mais críticas, ganhando tempo e aumentando a eficiência das fiscalizações.

Cidades inteligentes usam IA para mais que segurança

Nas cidades inteligentes, a inteligência artificial já não serve apenas para monitorar o trânsito ou melhorar a iluminação pública. Ela também atua diretamente na gestão de contratos públicos. A cidade de Curitiba, por exemplo, começou a testar uma solução baseada em IA que analisa a execução de contratos e compara os valores pagos com os serviços entregues. O objetivo é evitar desvios de verba e garantir que a administração pague exatamente pelo que foi contratado.

Em Recife, um sistema chamado Ágatha usa IA para monitorar compras públicas em tempo real. O sistema compara os preços pagos por diversos órgãos, identifica compras duplicadas e sinaliza processos com potencial de fraude. Tudo isso com base em dados abertos e algoritmos treinados com informações históricas.

Transparência digital como base de prevenção

A inteligência artificial se tornou uma aliada na construção de uma cultura de integridade nas prefeituras. Ao facilitar o acesso a dados e gerar relatórios automáticos, ela fortalece a transparência. Isso estimula a participação da sociedade civil e permite que os próprios cidadãos acompanhem os gastos públicos de forma simples e acessível.

Com mais cidades caminhando para o modelo inteligente, a tendência é que essas ferramentas se tornem padrão na administração municipal. Os auditores fiscais e gestores públicos ganham novas formas de trabalhar com mais agilidade, segurança e controle. A tecnologia, quando bem aplicada, se mostra uma das formas mais eficazes de enfrentar fraudes com inteligência e responsabilidade.

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