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Ciclovias de Toronto: plano de remoção pode custar 48 milhões de dólares

As ciclovias de Toronto têm desempenhado um papel essencial na mobilidade urbana da cidade, promovendo sustentabilidade e segurança no trânsito. Contudo, mudanças significativas podem estar a caminho. 

O governo de Ontário apresentou o Projeto de Lei 212, que visa remover seções dessas estruturas em vias importantes. Locais como Bloor Street, Yonge Street e University Avenue seriam afetados. A proposta gerou grande repercussão entre moradores, autoridades locais e especialistas em transporte.

Mudanças propostas para as ciclovias

O Projeto de Lei 212, parte do programa “Reducing Gridlock, Saving You Time Act, 2024”, sugere devolver faixas de ciclovias para veículos motorizados. Segundo o governo, a medida é necessária para combater congestionamentos e melhorar o fluxo de trânsito em vias arteriais.

Além disso, o projeto exige que os municípios busquem autorização da província antes de implementar novas ciclovias. Essa mudança altera o modelo atual de autonomia municipal para decidir sobre a infraestrutura cicloviária.

Impacto nas ciclovias de Toronto

As ciclovias da Bloor Street, Yonge Street e University Avenue estão entre as mais movimentadas da cidade. Conforme dados apresentados pela Bloor Annex Business Improvement Area (BIA), essas faixas não apenas aumentaram a segurança dos ciclistas, mas também contribuíram para o crescimento econômico local.

A BIA destacou que, em bairros como Annex, as ciclovias incentivaram o comércio local, ampliaram o trânsito de pedestres e promoveram uma convivência urbana mais integrada. Entretanto, com a remoção das faixas, pode haver impactos negativos na segurança viária e na economia de áreas.

Justificativas do governo para a remoção

O Ministro dos Transportes, Prabmeet Sarkaria, declarou que os congestionamentos custam aproximadamente $11 bilhões por ano à cidade. Ele argumenta que a redução de faixas de tráfego em vias movimentadas piorou o problema, afetando milhares de motoristas. Por isso, o governo considera que ciclovias em ruas secundárias seriam uma solução mais adequada, priorizando o uso majoritário das vias por veículos motorizados.

Essa perspectiva foi reforçada pelo primeiro-ministro Doug Ford, que se posicionou contra as ciclovias em diversas ocasiões. Ele considera que a presença delas em vias principais não é compatível com o volume de tráfego de Toronto.

Repercussões e discussões

A proposta de remoção das ciclovias gerou reações de organizações locais, defensores de ciclistas e especialistas em transporte urbano. Grupos como a BIA e ON Bike destacaram que as ciclovias são fundamentais para reduzir emissões de carbono.

Especialistas apontam que, sem a infraestrutura adequada, o uso de bicicletas pode ser desestimulado. Resultando em mais carros nas ruas e maiores desafios para o trânsito sustentável. Ademais, estudos indicam que vias compartilhadas por ciclistas e motoristas, sem segregação, têm maior risco de acidentes fatais. O debate sobre a remoção das ciclovias em Toronto reflete um desafio comum às grandes cidades: equilibrar a necessidade de infraestrutura sustentável com a gestão do tráfego de veículos.

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