Como a Economia Criativa ajuda no desenvolvimento das cidades brasileiras
A economia criativa tem se mostrado como uma importante fonte de renda e geração de empregos. Com sua natureza criativa tanto uma pintura, quanto uma peça de roupa, tudo que depende de criatividade para acontecer pode ser enquadrado dentro do conceito da economia criativa.
Primeiramente, é preciso entender que a economia criativa está longe de ser um conceito novo – ele existe há algumas décadas.
O potencial criativo do povo brasileiro, conhecido mundialmente, decorre da sua heterogeneidade cultural, étnica e regional, incentivando o empreendedorismo cultural, principalmente das comunidades mantidas à margem da sociedade.
Boa parte do empreendedorismo brasileiro se deve ao fato de que a busca pela mitigação ou dissipação da desigualdade social e econômica tem sido há séculos visivelmente negligenciada.
Fato esse que acabou por forçar muito do que hoje vemos por empreendedorismo das classes mais baixas que, assoladas pelo desemprego, se forçaram a buscar alternativas para sua sobrevivência.
O que é economia criativa?
De acordo com a definição de Economia Criativa, apresentada na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, economia criativa é basicamente:
“[…] força da economia contemporânea e no entendimento de que os desenvolvimentos culturais e econômicos não se dão de forma isolada, mas integrada como parte de um amplo processo de desenvolvimento sustentável. A Economia Criativa incorpora aspectos econômicos, culturais e sociais, interagindo com a tecnologia, a propriedade intelectual e o turismo” ( Unctad, 2012 )
John Howkins, em seu livro “The Creative Economy: How People Make Money From Ideas”, fala sobre economia criativa como um processo de ideias e empreendimentos que resultam em um produto cuja base é a criatividade.
O termo foi ganhando espaço até mesmo na criação de políticas públicas de alguns países como China, Reino Unido e Estados Unidos.
Já no Brasil, em 2012, foi criada a Secretaria de Economia Criativa, que no início era vinculada ao Ministério da Cultura.
Carnaval e a economia criativa
Os conhecidos carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo – com suas escolas de samba -, e Salvador e Recife, são referências do carnaval no mundo todo.
Possuem uma programação extensa, uma variedade de atividades culturais e desfiles, movimentando a economia local e gerando um aumento nas vendas em até 40% tanto em produtos quanto em serviços.
De acordo com estudos, a economia criativa possui potencial para o desenvolvimento socioeconômico no mundo, por ser um gerador de empregos e de riquezas, e contribuir para a expansão de vários países.
É um fato que o setor cultural contribui com o turismo por meio da demanda por visitas a locais onde se localizam através de seus patrimônios culturais, festivais, museus, entre outros.
Por esse motivo é importante que os governos criem políticas de turismo que incentivem a cultura popular, oferecendo uma boa estrutura de produtos e serviços de qualidade tornando essas festividades, um grande atrativo aos turistas.
Dados publicados pelo Ministério do Turismo em 2013 mostraram que o carnaval representa 3,7% do PIB nacional.
Estima-se que a festividade gere algo em torno de R$5,7 bilhões de receita, e atraia 6,2 milhões de turistas.
Além disso, o carnaval também gera um impacto positivo no comércio local, fornecendo empregos diretos e indiretos para quase 500 mil pessoas.
Por fim, o carnaval é um evento categorizado como parte da economia criativa, mobilizando milhares de pessoas, gerando empregos, movimentando os setores de comércios e serviços, sendo muito importante para o desenvolvimento das cidades.