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IA no mercado de trabalho exige preparação urgente de gestores públicos

A inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço em setores estratégicos da economia, provocando mudanças profundas no emprego, na produção e nas formas de gestão. A velocidade dessa transformação é inédita e exige respostas rápidas de gestores públicos, especialmente nas cidades que querem se tornar mais inteligentes e eficientes. A IA no mercado de trabalho não é mais uma tendência distante — ela já impacta setores como saúde, educação, segurança e administração pública.

Dados recentes reforçam a urgência desse debate. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a IA pode eliminar 85 milhões de empregos até 2025, mas também criar 97 milhões de novas funções. O desafio é requalificar a força de trabalho para esse novo cenário. Cidades inteligentes precisam se antecipar e adaptar suas políticas de capacitação e inclusão digital para que seus trabalhadores não fiquem para trás. Isso envolve tanto os servidores públicos quanto a população em geral.

Big Techs já moldam o futuro do trabalho com IA

Empresas como Microsoft, Google, Meta e Amazon investem bilhões de dólares em soluções baseadas em IA. A Microsoft, por exemplo, anunciou um investimento de US$ 10 bilhões na OpenAI. Já a Amazon automatizou parte de seus centros de distribuição com robôs inteligentes, reduzindo o número de trabalhadores necessários nessas unidades. Essas tecnologias já são exportadas para o setor público, como no caso de softwares que fazem triagem de processos jurídicos ou análise de dados tributários em prefeituras.

Para os municípios que querem evoluir para cidades inteligentes, é essencial entender esses modelos. A automação de tarefas repetitivas nos setores de finanças, atendimento ao cidadão e controle interno pode gerar economia, mas também exige nova formação dos servidores. A IA no mercado de trabalho está transformando também a maneira como o serviço público é prestado — mais ágil, mais transparente e com menor custo.

Estudos apontam impacto direto em empregos públicos

Levantamento da consultoria McKinsey mostra que até 30% das atividades em setores administrativos podem ser automatizadas com o uso de IA generativa. Isso significa que funções como análise de documentos, elaboração de relatórios e atendimento ao cidadão poderão ser executadas, em parte, por máquinas. As cidades que desejam se tornar inteligentes precisam investir agora em capacitação dos servidores, para que eles possam trabalhar com essas novas ferramentas.

A pesquisa também revela que o impacto será desigual. Profissionais com formação técnica e capacidade de adaptação terão mais chances de prosperar. Já quem exerce funções operacionais corre maior risco de substituição. Prefeituras e governos locais devem agir como articuladores de políticas públicas voltadas à requalificação profissional, integrando educação técnica, inclusão digital e inovação.

Planejamento estratégico é a chave para aproveitar oportunidades

O avanço da IA no mercado de trabalho não precisa ser visto apenas como uma ameaça. Ele também abre novas oportunidades, como a criação de empregos voltados à supervisão de sistemas, análise de dados e segurança digital. As cidades inteligentes, com infraestrutura adequada e liderança técnica, podem atrair investimentos e reter talentos se souberem preparar seu capital humano.

Mais do que implementar tecnologias, é preciso definir uma estratégia de longo prazo. Isso envolve parcerias com universidades, criação de centros de inovação e adoção de ferramentas que melhorem a eficiência da máquina pública. Quem se planejar agora estará na frente quando a IA for regra, e não exceção, no cotidiano do trabalho.

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