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Idosos e o futuro das cidades: como envelhecer bem no Brasil digital

O Brasil está envelhecendo, e rápido. Até 2050, segundo o IBGE, um em cada três brasileiros terá mais de 60 anos. A pergunta é: nossas cidades estão prontas para essa nova realidade? A verdade é que não. Falta estrutura, falta planejamento e, principalmente, falta pensar nos idosos como protagonistas do espaço urbano. Envelhecer com qualidade não pode ser um privilégio, tem que ser um direito.

E é aí que entram as cidades inteligentes. Com tecnologia, inovação e gestão eficiente, elas conseguem criar soluções reais para quem mais precisa. Estamos falando de calçadas acessíveis, transporte público decente, atendimento de saúde ágil e até aplicativos que ajudam no dia a dia. Para os idosos, tudo isso pode ser a diferença entre o isolamento e uma vida ativa, feliz e conectada.

Aposentadoria sem preparo vira armadilha, e as prefeituras precisam agir

Hoje, muitos brasileiros se aposentam sem qualquer planejamento financeiro. Segundo artigo da Fundação Getulio Vargas, essa falta de preparo aumenta a dependência dos serviços públicos e reduz a autonomia dos idosos. O problema é coletivo, e as soluções também devem ser. Os gestores municipais precisam levar educação financeira a sério, e isso pode começar ainda antes da aposentadoria.

Cidades inteligentes têm ferramentas para isso. Plataformas digitais, parcerias com bancos e campanhas de conscientização podem fazer muito. E mais: prefeituras podem criar incentivos fiscais para empresas que contratem trabalhadores com mais de 60 anos. Manter os idosos ativos no mercado é bom para a economia e para a autoestima deles.

Cuidar da saúde e garantir mobilidade: dois pilares para envelhecer bem

A qualidade de vida na terceira idade depende de vários fatores, mas saúde e mobilidade estão no topo da lista. Um estudo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho mostra que idosos com acesso fácil a serviços de saúde, lazer e transporte têm mais autonomia e vivem melhor. Parece óbvio, mas na prática ainda está longe da realidade de muitas cidades brasileiras.

Cidades inteligentes já oferecem respostas. Consultas por telemedicina, transporte por aplicativo com carros adaptados, agendamento de exames online, tudo isso existe e funciona. O segredo é colocar os idosos no centro das políticas públicas. Eles não são um “problema”, são uma parte valiosa da cidade. E merecem viver com segurança, saúde e dignidade.

Quais cidades brasileiras estão acertando com os idosos?

Algumas cidades já entenderam o recado. De acordo com estudos da Habitability e da Gazeta Mais, Santos, Campinas, Curitiba e Florianópolis estão entre as melhores para envelhecer. Por quê? Simples: elas oferecem boa estrutura de saúde, segurança, transporte acessível e lazer público. Isso muda tudo na vida de quem está na terceira idade.

Essas cidades também apostam forte em inovação. Sistemas integrados de atendimento, aplicativos que mapeiam serviços públicos e plataformas de participação digital facilitam a vida de todos, especialmente dos idosos. São exemplos que precisam ser adaptados e replicados em outros municípios. Afinal, ninguém quer envelhecer mal.

Envelhecimento ativo é planejamento urbano inteligente

O envelhecimento da população brasileira é um fato, e não dá mais para ignorar. Planejar cidades pensando nos idosos é, acima de tudo, pensar no futuro de todos. Cidades inteligentes não são aquelas cheias de tecnologia por si só, mas as que usam inovação para resolver problemas reais.

Auditores fiscais, prefeitos, gestores e servidores públicos têm papel estratégico nisso. Com políticas públicas bem direcionadas, recursos bem aplicados e foco na inclusão, é possível transformar qualquer cidade em um bom lugar para envelhecer. E isso precisa começar agora.

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