Regulamentação de carros voadores: um olhar para o futuro da mobilidade
O conceito de carros voadores, também conhecidos como eVtols (aeronaves de pouso e decolagem na vertical), está rapidamente se tornando uma realidade. No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está trabalhando para definir as regras de formação e treinamento de pilotos para essas aeronaves inovadoras.
A agência iniciou discussões com fabricantes para desenvolver uma proposta regulatória que orientará a emissão de licenças e habilitações de pilotos de eVtol. Desse modo, entre as exigências estão a idade mínima de 18 anos e o ensino médio completo, além de um certificado médico aeronáutico de primeira classe, que assegura a aptidão física e mental do piloto.
Os carros voadores são vistos como uma solução promissora para a mobilidade urbana, principalmente em cidades inteligentes, em que a eficiência e a sustentabilidade são prioridades. A Anac recentemente finalizou uma consulta setorial, coletando sugestões de empresas e indivíduos interessados no tema. Logo, a análise das contribuições está em andamento para aprimorar a proposta regulatória.
Desafios e oportunidades na formação de pilotos de carros voadores
A formação de pilotos de eVtol é um aspecto crítico para a implementação segura e eficaz dos carros voadores. Então, a proposta da Anac sugere que o treinamento inicial será essencial para a obtenção da licença de piloto, seguida pela habilitação específica para cada modelo de aeronave.
Essa abordagem considera a diversidade de projetos e especificidades técnicas dos eVtols. Emerson Granemann, CEO da MundoGEO, destaca que, no futuro, as habilitações poderão ser agrupadas por características semelhantes, facilitando o processo de treinamento e certificação.
O treinamento será mais simples para pilotos já experientes em operações comerciais, como os de companhias aéreas, que poderão ter algumas noções básicas dispensadas. Após a obtenção da licença, será necessário um treinamento contínuo, com avaliações anuais para renovar a habilitação. Logo, esse modelo garante que os pilotos estejam sempre atualizados com as melhores práticas e procedimentos operacionais.
Novos transportes nas cidades inteligentes
As cidades inteligentes representam o futuro da urbanização, integrando tecnologias avançadas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Os carros voadores podem desempenhar um papel fundamental nesse contexto, oferecendo soluções de mobilidade que reduzem congestionamentos e emissões de carbono. A Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo) tem como meta zerar as emissões de carbono até 2050, e os eVtols são uma peça-chave para alcançar esse objetivo.
Empresas como a Eve, controlada pela Embraer, já estão desenvolvendo protótipos de carros voadores, aguardando certificação para iniciar voos comerciais. A expectativa é que, em breve, esses veículos estejam operando em ambientes urbanos, complementando os sistemas de transporte público e oferecendo novas opções de deslocamento. Desse modo, a integração desses veículos em cidades inteligentes não só transformará a mobilidade urbana, mas também impulsionará o desenvolvimento de novas infraestruturas e tecnologias de suporte.
Embora atualmente os eVtols exijam pilotos, a perspectiva futura é de que essas aeronaves possam operar autonomamente. A presidente da comissão de direito aeronáutico da OAB-SP, Roberta Andreoli, ressalta a importância de regulamentações que considerem o avanço tecnológico, em que o operador da tecnologia desempenhará um papel crucial na supervisão e segurança dos voos.
À medida que a tecnologia evolui, a presença humana direta pode ser reduzida, mas a necessidade de controle e monitoramento remoto permanecerá vital para a operação segura dos carros voadores.