Brasil adia previsão de crianças e idosos representarem metade da população
O Brasil demorará mais para alcançar o equilíbrio entre a população dependente e a ativa. Novas projeções do IBGE indicam que a razão de dependência — proporção entre crianças de 0 a 14 anos, idosos com 65 anos ou mais, e a população em idade ativa — deve atingir 50% por volta de 2042. Isso significa que essa marca foi adiada em sete anos, em relação às estimativas de 2018, que previam esse cenário para 2035.
Menos crianças e mais idosos: a nova realidade no Brasil
A queda na taxa de fecundidade está impactando diretamente o crescimento da população jovem no Brasil. Com menos nascimentos, o contingente de futuros trabalhadores diminui. Ao mesmo tempo, o número de idosos continua a crescer, reflexo do aumento da longevidade. Esse cenário indica que o país, no futuro, terá uma força de trabalho menor e uma população idosa em expansão.
O levantamento mais recente do IBGE mostra que a população de crianças de 0 a 14 anos, em 2023, foi de 42,5 milhões, cerca de 1,3 milhão a menos do que o estimado em 2018. Para 2050, a nova estimativa é de 29,7 milhões de crianças, uma diferença de 6,2 milhões em relação à previsão anterior. Esses números revelam uma tendência clara de diminuição na população jovem.
Impacto econômico
Com o aumento da população idosa e a redução da população em idade ativa, o Brasil enfrentará grandes desafios econômicos nas próximas décadas.
A redução da força de trabalho pode afetar a produtividade do país, enquanto o crescimento da população dependente aumentará a pressão sobre os sistemas de saúde e previdência.
O envelhecimento populacional no Brasil acelera a necessidade de reformas estruturais urgentes. Além de ajustes no sistema previdenciário, será necessário reestruturar o setor de saúde, que enfrentará uma demanda crescente por cuidados médicos, recursos e infraestrutura.
Projeções futuras para a força de trabalho no Brasil
De acordo com o IBGE, a população economicamente ativa está encolhendo mais rapidamente do que o esperado. Estimativas para 2050 indicam que o Brasil terá quase 8 milhões de pessoas a menos em idade ativa em comparação com as projeções feitas em 2018.
Com essa queda, o país verá uma redução significativa na sua capacidade de gerar riqueza, exigindo uma reavaliação das políticas públicas para enfrentar o desafio.
O Brasil ainda tem alguns anos para se preparar para essa transformação demográfica. No entanto, é essencial que medidas sejam adotadas para enfrentar o envelhecimento populacional e a redução da população em idade ativa. Políticas que incentivem a produtividade, além de ajustes no sistema previdenciário, serão cruciais na visão de economistas.
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