Economia azul: o que está impedindo rios e oceanos de impulsionarem o PIB global?
Embora rios e oceanos cubram a maior parte do planeta, sua contribuição econômica é surpreendentemente baixa. Conforme Gunter Pauli, economista e autor do conceito de economia azul, esses recursos naturais geram menos de 5% do PIB global. Entretanto, Pauli acredita que o potencial para reverter esse cenário está no uso sustentável e inovador dessas riquezas.
Além disso, ele alerta que apenas 0,1% dos dados globais cobrem os mares. Enquanto isso, 99,9% focam na terra, no espaço aéreo e em populações humanas. Para mudar essa realidade, é essencial repensar o modo como utilizamos os ecossistemas aquáticos e priorizar tanto sua preservação quanto seu aproveitamento econômico.
O que é economia azul?
A economia azul busca transformar a forma como usamos os recursos aquáticos, propondo soluções que conciliem desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Conforme Pauli, a ideia central da economia azul é emular os processos da natureza. Por isso, ela propõe a eliminação de desperdícios e a criação de sistemas mais eficientes.
Por exemplo, iniciativas como a geração de energia a partir das ondas são práticas alinhadas a esse conceito. Outra prática inclui a utilização de algas para produzir bioplásticos. Ademais, a economia azul incentiva modelos de negócio baseados na pesca sustentável e no turismo ecológico. Também promove a biotecnologia marinha, que gera benefícios econômicos e ecológicos simultaneamente.
Os desafios enfrentados por rios e oceanos
Apesar do enorme potencial econômico, rios e oceanos enfrentam desafios significativos. As temperaturas recordes dos oceanos estão levando ao branqueamento de corais. Isso prejudica não apenas os ecossistemas, mas também as economias que dependem da pesca e do turismo. Plásticos e outros poluentes também ameaçam a biodiversidade marinha. Essa poluição reduz a capacidade dos oceanos de gerar serviços ambientais essenciais.
Outro obstáculo é a falta de dados abrangentes sobre o ambiente aquático. Por exemplo, enquanto há extensas informações sobre o solo e o ar, uma pequena fração das pesquisas é dedicada aos mares. Essa lacuna dificulta o planejamento de estratégias eficazes para o uso sustentável desses recursos.
Compromissos globais para a preservação e economia azul
O Marco Global da Biodiversidade estabelece metas ambiciosas para a preservação dos oceanos. Entre elas, está a conservação de 30% das áreas marinhas até 2030. Entretanto, o progresso nesse sentido tem sido lento. Entre 2022 e 2023, houve apenas um avanço de 0,5%. Esse índice é insuficiente para atingir as metas propostas dentro do prazo.
Governos e organizações internacionais estão ampliando esforços para promover práticas sustentáveis. Parcerias público-privadas estão sendo incentivadas para financiar tecnologias que reduzam o impacto ambiental. Ademais, há foco crescente em projetos que integrem comunidades locais no manejo sustentável dos recursos hídricos. Essa integração promove o desenvolvimento econômico regional e beneficia diretamente a população.