Enchentes no Rio Grande do Sul: quais seriam as soluções ecológicas ideias para a reconstrução?
Durante o desastre climático no Rio Grande do Sul, o jornal Valor Econômico publicou uma matéria que destaca a importância de soluções ecológicas para a reconstrução do estado.
Na época, a discussão focou em se a reconstrução deveria seguir os moldes tradicionais ou adotar novas abordagens sustentáveis. É importante notar que a escolha do modelo é importante para evitar desperdício de recursos significativos para a recuperação.
Eventos climáticos tornaram-se mais recentes
A frequência de eventos climáticos extremos tem aumentado em todo o mundo, afetando cada vez mais pessoas. Reconhecer essa realidade é o primeiro passo para enfrentar esse e outros problemas semelhantes.
Nos últimos anos, pesquisadores do clima têm alertado sobre a crescente vulnerabilidade do sul do Brasil a fenômenos como inundações, tornados e secas. Logo, é ressaltado durante a publicação que não deveríamos pensar em uma reconstrução nos moldes do que existia antes, visto que o contexto climático é outro.
Aponta-se que são necessárias mudanças em todos os segmentos, incluindo alterações radicais e outras mais leves. No que se refere às inundações, é comentada a necessidade de atrasar a chegada da água aos arroios, rios e lagoas. Nesse sentido, é preciso uma gestão que leve em conta a geografia das bacias hidrográficas.
Cuidados com a água no Rio Grande do Sul
Também são destacadas precauções com a qualidade da água. Cuidar bem das águas significa, principalmente, aumentar a infiltração da água no solo. Esse processo deve ser feito tanto em áreas urbanas quanto rurais. Nas áreas urbanas, em especial, deve-se reduzir a impermeabilização do solo.
Por esse ângulo, devem ser incentivadas a captação e o armazenamento de água da chuva em todas as construções, sejam estas residenciais, comerciais ou industriais.
No que tange às áreas rurais, sugere-se uma mudança mais profunda nos sistemas de uso do solo. As áreas de preservação permanente, conforme estipulado pelo Código Florestal, deveriam ter sido rapidamente recuperadas desde a sua publicação.
Medidas para áreas rurais e preservação ambiental no Rio Grande do Sul
Ao recuperar essas áreas, as margens dos arroios, rios e lagoas ganham uma cobertura florestal, permitindo que essas florestas atuem como esponjas. Essa prática reduz a velocidade com que a água chega aos rios, diminuindo o risco de inundações.
Ademais, as florestas conseguem recarregar os aquíferos subterrâneos, que, por sua vez, abastecem os poços artesianos em períodos secos.
Mudanças na produção agropecuária
Por outra perspectiva, os sistemas de produção agropecuária devem passar por uma modernização guiada por princípios ecológicos científicos comprovados. Diante desse contexto, quanto mais matéria orgânica no solo e árvores dentro dos sistemas agropecuários, maior é a retenção de água.
Do mesmo modo, as plantas e animais permanecem mais saudáveis e demandam menor uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.
A matéria finaliza destacando que os custos das tragédias climáticas são muito maiores do que os da adaptação. Sendo assim, é imprescindível direcionar os orçamentos públicos e os investimentos privados conforme as diretrizes da ciência.