Inclusão digital de idosos: compromisso público e social que não pode esperar

A população brasileira está envelhecendo, e com ela cresce um problema cada vez mais visível: a exclusão digital dos idosos. Muitos ainda não conseguem usar aplicativos, acessar serviços online ou até mesmo enviar mensagens simples. Uma pesquisa da Agência Brasil mostrou que esse grupo enfrenta dificuldades até para escrever usando meios digitais. Em cidades inteligentes, onde boa parte dos serviços é digital, essa exclusão se torna ainda mais evidente para prefeitos, auditores fiscais e gestores municipais.
Afinal, garantir a inclusão digital de idosos é uma política pública obrigatória ou uma responsabilidade da sociedade? A resposta está no equilíbrio. Cidades inteligentes só funcionam plenamente quando todos participam. Isso inclui quem já passou dos 60 anos e precisa de apoio para entrar nesse mundo digital. É preciso unir governos, empresas e organizações sociais em uma mesma missão para evitar que ninguém fique para trás.
Tecnologia ainda assusta boa parte dos idosos
A maioria dos idosos brasileiros não cresceu com celulares ou computadores. Isso torna o aprendizado mais demorado e muitas vezes cheio de inseguranças. Dados da Agência Brasil mostram que muitos sentem vergonha de pedir ajuda ou medo de errar. Por isso, gestores municipais precisam pensar em soluções acessíveis, principalmente nas cidades inteligentes. Oficinas de capacitação digital para idosos já acontecem em vários municípios e podem ser ampliadas.
Cidades inteligentes pedem políticas focadas nos idosos
Cada vez mais serviços essenciais (saúde, transporte e atendimento fiscal) estão disponíveis apenas no formato digital. Em cidades inteligentes, resolver tudo pelo celular já é comum. Mas se os idosos não acompanham, acabam ficando isolados desses benefícios. Prefeituras precisam criar programas específicos, com foco nessa faixa etária, oferecendo suporte presencial e capacitação digital constante.
Empresas e ONGs também têm papel na inclusão digital
A inclusão digital de idosos não precisa ser uma missão exclusiva do poder público. Empresas, bancos e organizações sociais também podem e devem participar. Um exemplo prático: oferecer cursos de smartphone em agências bancárias, já que muitos idosos ainda têm dúvidas sobre internet banking. Nas cidades inteligentes, onde a colaboração é essencial, essa união entre setor público e privado faz toda a diferença.
Mais do que acesso, qualidade de vida
Quando um idoso aprende a usar a internet, ele não ganha apenas acesso a serviços. Ele ganha autonomia para falar com a família, participar de grupos sociais online, assistir vídeos ou ler notícias. Em cidades inteligentes, onde a tecnologia organiza quase tudo, não incluir os idosos significa isolá-los socialmente. Prefeituras, empresas e sociedade civil precisam olhar para esse tema como prioridade para garantir qualidade de vida para todas as gerações.