Os princípios para promover a ética no uso de Inteligência Artificial, segundo pesquisador
O projeto Fair Work For AI, liderado pelo pesquisador Callum Cant do Oxford Internet Institute e patrocinado pela Aliança Global pela ação em IA, desenvolveu dez princípios para promover a ética no desenvolvimento e uso da inteligência artificial.
Quais são os princípios da ética com a Inteligência Artificial
Esses princípios incluem garantir trabalho decente, montar cadeias de produção justas, buscar a equidade, tomar decisões justas, usar dados honestamente, incrementar a segurança, criar empregos estáveis, evitar projetos inapropriados, dar voz aos trabalhadores e compreender como o algoritmo funciona. A iniciativa oferece consultorias a empresas como Microsoft, Uber e entidades como a OIT. A construção de consenso em torno desses princípios é fundamental para tornar a IA mais ética.
Callum Cant, pesquisador do Oxford Internet Institute que coordena o projeto Fair Work For AI, destaca o trabalho humano por trás dos projetos de inteligência artificial, em particular a rotulagem de dados e a moderação de conteúdos, que muitas vezes é terceirizada para locais com baixos níveis de remuneração, o que levanta questões éticas.
Pode-se esperar uma melhoria gradual
Acredita-se que há um interesse limitado por parte das grandes corporações em tornar a IA mais sustentável, já que elas buscam maximizar seus lucros e obter vantagens competitivas no mercado. No entanto, há espaço para ajustes que permitam uma melhoria gradual ao longo do tempo. Embora haja várias iniciativas em estágios iniciais em todo o mundo, não existe uma legislação que possa ser usada como exemplo.
A UE criou o Ato sobre Inteligência Artificial, mas isso está sendo contestado no Parlamento Europeu. É improvável que os governos avancem sem pressão dos sindicatos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais que demandam padrões mais altos para o trabalho com IA.
Quem é esse pesquisador?
Callum Cant, de 31 anos, lidera o projeto de pesquisa Fair Work for AI em colaboração com a Global Partnership on Artificial Intelligence, cujo objetivo é desenvolver inteligência artificial com responsabilidade social. Ele também atua como pesquisador pós-doutoral no Oxford Internet Institute. Seu primeiro livro, “Delivery Fight! – A luta contra os Patrões sem Rosto” (Veneta, 2021), é um relato em primeira pessoa da experiência dos entregadores londrinos.