Transformação digital nas cidades: o que gestores públicos precisam fazer agora

Apenas 7% dos municípios brasileiros usam tecnologias para coleta e análise de dados, segundo levantamento do Connected Smart Cities 2024. Isso mostra como ainda há muito a evoluir. Em um país com mais de 5.500 cidades, a maioria dos gestores públicos ainda enfrenta dificuldades para modernizar a administração e implantar soluções inteligentes. O atraso não é técnico, mas estratégico. A transformação digital é uma decisão política, que exige coragem, liderança e visão de futuro.
Cidades inteligentes são aquelas que usam a tecnologia para melhorar a vida das pessoas. Isso passa por transporte eficiente, iluminação pública automatizada, serviços online e uso de dados em tempo real. Para os gestores, isso representa uma nova forma de pensar a cidade: menos burocracia, mais eficiência. A boa notícia é que o Brasil já tem exemplos reais de como esse modelo pode funcionar, e eles precisam servir de inspiração para quem lidera a gestão pública.
Brasil ainda engatinha na jornada das cidades inteligentes
Dados da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) mostram que 82% das cidades brasileiras não têm plano de transformação digital. Isso significa que a maioria dos gestores ainda não colocou o tema como prioridade. Sem planejamento, os municípios perdem acesso a recursos federais e internacionais. Além disso, não conseguem estruturar políticas públicas mais eficientes. A ausência de integração tecnológica gera desperdício de tempo e dinheiro.
Gestores devem se apoiar em dados, não apenas em experiências
Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o uso de dados pode reduzir em até 30% os custos operacionais de um município. Ainda assim, poucos gestores aproveitam ferramentas como painéis de gestão, sensores urbanos e plataformas de análise. Cidades como Curitiba e Salvador já colhem frutos de políticas baseadas em dados. Isso mostra que não se trata de ficção, mas de um caminho viável.
Integração entre secretarias melhora resultados e reduz custos
Uma pesquisa da McKinsey Global Institute revela que cidades inteligentes podem melhorar a qualidade de vida em até 30%. Para isso, os setores públicos precisam dialogar. Educação, saúde, mobilidade e segurança devem compartilhar dados e estratégias. Os gestores têm o papel de criar essa cultura de colaboração, com sistemas integrados e metas comuns. A tecnologia ajuda, mas é a gestão que define o rumo.
Capacitação: o elo que falta para acelerar a transformação
De acordo com o IBGE, mais de 60% dos municípios não oferecem capacitação contínua para servidores. Isso compromete qualquer avanço. Gestores precisam investir na formação de suas equipes e buscar parcerias com universidades e startups. A cidade do futuro será liderada por quem souber unir conhecimento técnico com sensibilidade pública. O papel dos líderes é preparar o time para lidar com inovação.
Cidades inteligentes nascem com a participação do cidadão
O engajamento da população aumenta a eficiência da gestão. Ferramentas como ouvidorias digitais e aplicativos colaborativos são essenciais. Um levantamento do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) mostra que municípios que adotam plataformas de escuta ativa têm 35% mais resoluções de problemas em menos tempo. Gestores que escutam, inovam. E quem inova, melhora a cidade.